3 Games de Fliperama pra se zerar nas férias

Pra mim, uma das coisas que mais marcaram o mundo dos games nos anos 90 foram os Arcades: máquinas de videogames que eram alimentadas por fichas de 25 centavos e recheadas de games simples, divertidos e extremamente difíceis. Naquela época, por terem hardware mais avançado, os arcades (também conhecidos como “fliperamas”) tinham gráficos muito melhores que as versões de console e por isso eram muito frequentadas por jovens que guardavam o dinheiro do lanche/mesada para tentar chegar na última fase do game só para serem estraçalhados por um chefão tão apelão que te espancaria feito bateria num show de punk hardcore, depois sairia do videogame e te espancaria na vida real. Reza a lenda que esse foi o motivo pra inventarem oGameShark e o GameGenie.
Mas o tempo passou e os consoles ficaram muito poderosos e os games ficaram mais complexos games. A mania de atirar em tudo e espancar todos com um pretexto simples foi substituída por histórias que tentavam ser mais realistas e/ou hollywoodianas e a comodidade de ter a mesma qualidade gráfica dos arcades levou as imponentes máquinas ao ostracismo e junto com elas, todos os games que nunca foram portados para outras plataformas.
Mas os fliperamas ainda tem aquele valor histórico e emocional insubstituível, e o impacto que eles tiveram nos games na cultura atual, modelando formas de jogabilidade e criando uma biosfera competitiva entre as desenvolvedoras, nunca será esquecido.
E para relembrar os velhos tempos (e definitivamente não é porque acabei de baixar o pack completo de ROM’s no EmuParadise), lá vão três jogos que considero serem legais. Podem não ser os melhores de todos os tempos, mas são divertidos e isso é o que importa afinal.

King of Fighters ‘97
Plataforma: Neo-Geo
Mesmo Street Fighter II tendo revolucionado a forma como os games de luta são feitos e jogados,King of Fighters foi quem aprimorou a fórmula, colocando um sistema de times, jogabilidade mais fluida e movimentos Super-Especiais secretos em que seu carinha mete a porrada no inimigo de forma magnífica enquanto tira metade da barra de vida dele. Claro, por ser secreto, ninguém sabia direito como fazer e aí o jeito era apertar todos os botões até alguma coisa acontecer.
Ele conta com personagens de outras franquias da SNK, finais diferentes dependendo das pessoas que estão no seu time e tem mais personagens secretos no jogo do que tem DLC’s em games daEA. Tudo bem, eu exagerei na última parte mas o resto é totalmente verdade.

Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes
Plataforma: CPS-2
Pegando o que SF vs. MH fez de certo e aumentando em 100% a insanidade, ele fez muito pivete de fliperama decorar as manhas pra desbloquear o Hulk Vermelho e o Iron-Man enquanto tentavam (e falhavam miseravelmente) destruir as duas formas do Onslaught. Claro, tinha o modo “Easy” em que qualquer botão soltava especial, mas isso nem é considerável como jogar.
Por incrível que pareça, essa versão ainda é melhor do que Marvel vs. Capcom 3, pelo fato de que dá pra saber o que se está fazendo. Isso, mesmo em momentos como as vezes que se controla os seus dois personagens simultaneamente. Tenho dito que usar a dupla Strider/Venom é apelação mas é divertido. Recomendo.
Cadillacs and Dinosaurs
Plataforma: CPS-1
Baseado em uma HQ hipster  que ninguém nunca ouviu falar, Cadillacs and Dinosaurs é um jogo debriga de rua (Beat’em up é o caramba. Aqui é BR, porra) que ficou na obscuridade porque nunca foi lançado pra outra plataforma além dos fliperamas. Ou seja, se você acha que pode ir na PSN/Steam/XBLA e comprar, se ferrou bonito e nunca vai saber o quanto é bom atropelar capangas em um Cadillac armado até os dentes.
A história é a seguinte: alguns membros do Greenpeace decidem que apenas protestar sobre o mau-trato aos animais não está surtindo o efeito desejado. Então eles começam a espancar gangsters, caçadores e um cientista do mal que se transforma em dinossauro, isso tudo usando nada mais do que punhos, força de vontade e coisas espalhadas pelo chão. Ah, e um formoso Cadillac armado até os dentes.
O jogo saiu numa época em que era totalmente plausível um desenvolvedor de games poderia comprar meio quilo de ácido lisérgico, ter uma alucinação absurda sobre espancar dinossauros num Cadillac e depois transformar essa ideia em um game.
 Mas voltando ao assunto, o game é cabuloso, tem um design artístico inspirados nos quadrinhos e deixa você espancar dinossauros com as próprias mãos. Preciso dizer mais?