Supergil (Piloto) - Crítica

Em um mundo onde ainda é preciso se discutir a necessidade do feminismo na “sociedade moderna”, não é de se estranhar que a série da Supergirl tenha sido tão criticada (por alguns) apenas por mostrar uma garota como protagonista fazendo “coisas de homem”.
Tendo supostamente vazado (Em 1080p, mais suspeito que isso seja quase impossível) na madrugada de quinta para sexta-feira, conferimos o piloto da série da Kriptoniana que está sendo produzida pela CBS.
Super Girl não é uma heroína original, isso é fato. Ora, a personagem é prima do maior ícone da DC Comics, se não bastasse ela veste um uniforme igual (salvo as diferenças necessárias) e ainda adota o mesmo nome do primo Superman, sendo chamada de Supergirl.
No entanto não há personagem limitado que não dê bons frutos se bem trabalhado. Há uma centena de boas heroínas originais que poderiam ganhar uma série, um exemplo disso é a recente Jessica Jones da Marvel que tem uma série em produção pela Netflix, então porque personagens da DC como a Mulher Maravilha, Zattana, Canário Negro e Vixen não ganham séries próprias, não sendo elas apenas uma versão de Super Heróis masculinos já estabelecidos? Bem, provavelmente devido a apelo que personagens já estabelecidos tem, uma vez que é muito mais fácil para o público médio associar o nome Supergirl ao Superman do que associar Zattana com alguma outra coisa que ele já conheça.

Dessa forma podemos constatar que Supergirl é uma série desnecessária, tendo a DC uma enorme variedade de personagens femininas com muito mais apelo social que a prima do Superman, no entanto isso não torna a série ruim. O piloto se mostrou uma série com uma pegada totalmente diferente do que a maioria das pessoas estavam esperando, embora isso já houvesse sido deixado claro nos trailers que apareceram na rede.
A série não tem um tom sério, é colorida, bem humorada e não pretende (pelo menos de início) levantar questionamentos éticos, morais ou abordar temas mais complexos os quais se poderia esperar de uma outra série qualquer. 
Melissa Benoist nos entrega uma Kara Zor-El que mais se parece o Petter Parker doTobbey Maguire. Ela é atrapalhada, tem jeitão de “guria” no entanto é obstinada e destemida em seu propósito, de fato, a Kara que a série confeccionou é uma adolescente ainda em fase de descoberta, algo que nota-se facilmente devido as dificuldades que ela tem de usar e controlar seus poderes dando a entender que nunca (ou raramente) os usa. Nesse sentido temos uma boa personagem, ao menos dentro da proposta da série.
Os acontecimentos são rápidos, tudo se resolve como nos desenhos animados dos Super Amigos, uma hora Kara resolve ser heroína, no minuto seguinte já está escolhendo seu uniforme da ação e logo em seguida já está aparando balas e prendendo assaltantes de banco. É óbvio que esse ritmo frenético que a série apresenta se deve ao público alvo da mesma, a garotada adolescente.
Supergirl não conta com bons efeitos especiais, longe disso, para o orçamento que a série diz ter gasto (14 milhões só no piloto) os efeitos estão bem After Effetcs. No entanto isso não atrapalha a série, pois justamente por se tratar de uma série pra TV não se pode esperar uma super produção.

O roteiro de Ali Adler não chega a decepcionar, ao menos para quem já estava esperando por algo do tipo, visto seus outros trabalhos em Arrow e Flash, fica claro que não teríamos algo muito diferente ali. Os personagens não precisam ser mais desenvolvidos do que foram no piloto, como já citado antes trata-se da proposta da série. Algumas mudanças ficam claras nas personalidades de alguns personagens, fato recorrente toda vez que se sofre um processo transmidiático.
Jimmy Olsen (Mehcad Brooks), o amigo adolescente e atrapalhado do Superman é apresentado aqui como um rapaz sereno, sério e com ares de galã. De fato, uma contraparte interessante ao jeito espevitado de Kara que por sua vez tem Winslow Schott (Jeremy Jordan) como seu “Jimmy Olsen” pessoal.
No fim podemos dizer que o saldo é positivo, claramente lembrando mais uma vez que a rapaziada mais “adulta” (que não é sinônimo de velha) deverá torcer o nariz pois fica claro que esse não é seu público alvo. Assim sendo, é com uma trama simples, atuações medianas e CGIs bem modestas que o piloto da Super girl se apresenta (Acidentalmente?) ao grande público.
A série estreia em novembro nos EUA e provavelmente terá o universo compartilhado com já famigeradas séries do Flash e do Batman Verde, também conhecido como Arrow ou Arqueiro Verde.