The Flash – 1º Temporada: Crítica

Com a atual popularidade dos universos compartilhados em todos os formatos de mídia na atualidade, fãs do velocista escarlate enlouqueceram pelo mundo todo quando o jovem Barry Allen (Grant Gustin) fez sua primeira aparição no 8º episódio da segunda temporada da série do Arqueiro Verde (Arrow).
No início não se sabia o que esperar, afinal a própria Arrowestreou ainda sob a influência do pseudo realismo do “nolanlverso”, onde dificilmente se encaixariam elementos mais fantásticos, o que mudou radicalmente com o passar do tempo, onde vimos Flash ganhar sua série própria e crescer tanto a ponto de se tornar, inclusive, superior a sua “genitora”.
Criada por Greg Berlanti e Andrew Kreisberg, The Flash estreou em outubro de 2014 e vem aumentando cada vez mais sua audiência (Sendo transmitida originalmente pelo The CW), com roteiros bem escritos, tramas envolventes e efeitos especiais honestos, a série tem ranqueado o título da melhor série de personagens da DC, da atualidade.
Tendo Barry sido apresentado ainda em Arrow, já na primeira temporada de Flash não há muitas razões para reapresentar o personagem, senão através de alguns práticos flash backs. Logo no primeiro episódio já temos Barryaprendendo a utilizar seus super poderes, onde o diretor reintroduz o velho formato do “monstro do dia”, porém se enganou quem pensou que a série manteria todo o seus sustento nesse subterfúgio já batido, pois já na primeira temporada o emaranhamento de eventos começa a se tornar bastante complexo, levando a trama a nos presentear com inúmeras referencias das HQs clássicas da DC e incluindo uma galeria de personagens bastante diversificada.

Um dos maiores méritos da série fica a cargo do desenvolvimento de personagens, o trabalho de roteiro e direção (da maioria dos diretores) é muito bem feito, onde em menos de 45 minutos temos um personagem completamente novo sendo bem desenvolvimento com bem pouco tempo de tela, aliás, um fator de extrema necessidade uma vez que a série se mantém sempre bastante hiperativa onde os eventos são por necessidade bem corridos, o que de certa forma nunca deixa o espectador entediado pois a todo momento tem alguma coisa acontecendo na tela. Destaque inclusive para os personagens secundários como Cisco Ramon (Carlos Valdez) e Caitlin Snow (Danielle Panabaker) que possuem uma ótima interação em cena, servindo de base para vários dos aspectos que a série apresenta ao longo de sua jornada. Outro ponto muito forte da série é o Vilão da Temporada, o Flash Reverso, bem como o trama por trás do surgimento do personagem e sua ligação com a morte da mãe de Barry. A partir daí os roteiros dão um salto ainda maior na qualidade, onde somos apresentados a tramas cada vez mais bem elaboradas, o que faz com o que a série mais se pareça (Não na questão estética, mas sim narrativa) com uma versão em live action das HQs do que com uma adaptação propriamente dita.
Gustin parece cada vez mais à vontade no papel, o que não deixa de ser verdade também para Danielle e Carlos, que melhoraram muito no decorrer da série. No entanto, nem só de pontos positivos vivem nosso velocista, a série tem alguns problemas e que merecem ser citados aqui. Um das mais irritantes falhas da série fica por conta do romance meloso entre Barry e Iris (Candice Patton), a personagem de Patton é simplesmente azucrinante durante a série inteira, sendo extremamente mal construída e sem nenhum desenvolvimento. Tudo piora ainda mais quando vemos Barry tentando conquistar o amor de sua amada no final de cada episódio, algo que beira a aporrinhação deSmallville com o interminável romance Clarke Lanna.
Outro detalhe, que não é exatamente um problema, mas que pode incomodar muitos fãs já acostumados com outros formatos trata-se dos “maneirismos” empregados no roteiro para facilitar o andamento do mesmo, onde por vezes os diretores optam por simplesmente incluir elementos avulsos como ponto de ignição para desenvolver( ou resolver) uma trama, o que não chega a ser um problema, no entanto pode chocar os mais novatos ao se depararem com os personagens buscando soluções que parecem ter saído de uma revista em quadrinhos (Badum Tss).
Analisando a série como um todo podemos dizer que The Flash tem grandes chances de emplacar várias outras temporadas, se não, inclusive, até alguns spin offs, visto que a série possui muitos personagens interessantes e com atores bons o suficiente para carregar uma série por conta própria.