Maze Runner - Correr ou Morrer - Resenha
Com o término de Harry Potter, o cinema adolescente acabou sendo tomado por uma série de tentativas fracassadas de substituir o clássico da Warner Bros. Tivemos Crépusculo, Percie Jackson e o Ladrão de Raios, O Jogo do Exterminador e os recentes Jogos Vorazes e Divergente. Todos com suas particularidades obviamente, porém partilhando dos mesmos ‘maneirismos’ ao qual esse tipo de produção acaba se submetendo, pois são todos direcionados para um público mais jovem e todos são uma adaptação de algum livro que fez muito (ou algum) sucesso entre o público infanto-juvenil.
Mazer Runner- Correr ou morrer (The Maze Runner) não foge dessa regra, tratando se de uma adaptação do livro homônimo Mazer Runner- Correr ou morrer, a adaptação da Fox assim como as outras produções já citadas tenta “agarrar” o espectador mais jovem criando conflitos por vezes morais, por vezes amorosos entre os personagens, hora seguindo o fio condutor do livro, hora tomando as rédeas do seu próprio roteiro.
Dirigido pelo iniciante Wess Ball e protagonizado pelo desconhecido Dylan O'Brien que interpreta o intrépido Thomas, temos também no elenco; Aml Ameen como Alby, líder dos clareanos, Will Poulter como Gally claramente o antagonista da película e a bela Kaya Scodelario como Teresa, supostamente a última garota dentre os ali isolados.
O filme é mais uma Ficção Científica cheia de aventuras e com um ar de mistério, como muitas outras por ai onde algumas deram certo e outras nem tanto, mas onde será que os ‘Corredores do Labirinto’ se encaixa?
A trama de início não é complicada, um garoto(Thomas) acorda
na Clareira, como é chamado o lugar pelos habitantes dali. Ele está sem memória e logo é acolhido por Alby, líder dos Clareanosque logo se torna seu amigo e tutor. Com o desenrolar do filme fica claro que ninguém ali sabe o que está havendo, pois são um grupo de jovens presos em um lugar cercado por um labirinto gigante o qual esconde muitos mistérios, mistérios esses que aparentemente serão resolvidos com a chegada recente de Thomas somando o time dos Clareanos e posteriormente com Teresa, que muda de vez o rumo da trama.
Podemos ver uma pegada clara de A Vila do M.Night Shyamalan e Lost no desenvolver da história e no que se corresponde a isso o filme não deixa a desejar.
Mazer Runner foi malhado por toda a crítica brasileira, hora porque o site abalizado não recebeu cachê pra falar bem do filme, hora porque simplesmente querem fazer parte de mainstream das críticas, eis aqui um ponto em que eu me vejo obrigado a fazer diferente.
Independente de se estamos falando de um filme bom ou ruim, antes disso estamos falando de um filme e não do livro, ainda que ele seja uma adaptação da obra literária, não podemos lançar uma crítica fazendo paralelos o tempo inteiro entre as obras, pois cada uma acontece em um universo distinto tendo maneiras e recursos diferentes de narrativa e desenvolvimento, o que nos dá claramente a concepção de que não poderiam ser obras completamente iguais ou até mesmo similares entre si.
Bem, mas isso torna Maze Runner um bom filme? longe disso. O roteiro tem seus furos, e algumas das atuações não são muito boas, o desenvolvimento de alguns personagens é fraco assim como suas motivações por vezes soam destoante, mas isso é um problema que até mesmo veteranos enfrentam, quem dirá um diretor iniciante como Wess Ball.
Apesar de não ser uma excelente produção, o filme é divertido e vale seus 104 minutos. A trama é trabalhada de maneira ingênua, mas é o que já podíamos esperar de uma produção voltada pra um público mais jovem. No entanto, longe disso dizer que o filme é péssimo, os momentos de tensão são muito bem trabalhados levando o espectador a uma boa situação de imersão. As tomadas de correria, principalmente quando a ameaça vai além do limite do tempo e eles passam a ser caçados por criaturas do labirinto são simplesmente de tirar o fôlego. Enrique Chediak fez um bom trabalho com a fotografia do filme e no que se refere a estética não deixa a desejar.
O grande problema de Maze Runner eu diria se tratar de uma confusão em relação ao público alvo, pois aqui temos um nível de violência que vai além dos filmes da mesma leva que foram citados no início da crítica, embora não tenha nada de ‘gore’, aqui temos cenas que se para um adulto acostumado com Tropas Estelares não passam de um arremedo “PGtrezeano” de violência real, para uma criança de 13 anos pode parecer algo realmente assustador e aterrorizante. No mais, o que podemos tirar daqui é que definitivamente não é um filme voltado para o público velhaco como nós e sim para a garotada mais jovem que definitivamente não cresceu assistindo The Running Man com o nosso ex-governador Schwarzenegger.
Toda a trama do filme é envolta em um denso ar de mistério, mistério esse que será praticamente todo desvendado nos últimos momentos do filme, de maneira até didática demais eu diria, mas é válido lembrando novamente quem é o público alvo da produção. Me limitei aqui em diversos aspectos no intuito de não deixar escapar nenhum spoiler, no entanto se perguntassem se valeria ou não a pena assistir ao filme, eu diria que sim, seja no Cinema, por locadora (se ainda existirem), numa Netflix por ai, ou até mesmo pelas “correntes” da vida, se é que me entendem.
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