Deadpool – Crítica

Quando eu ainda era um pequeno Padawan lá nos anos 90, jamais poderia imaginar que todas aquelas aventuras com as quais eu já estava acostumado nas folhas do formatinho Abril um diria viriam a fazer tanto sucesso nas telonas.
Como todo bom garoto nerd, meus heróis prediletos eram o Homem-Aranha (Marvel) e o Superman (DC) e eu devo dizer que boa parte da minha conduta ética e moral eu absorvi desses personagens. No entanto estamos vivendo em um mundo diferente, um mundo onde heróis “caretas” talvez estejam destinados a fazer sucesso apenas com os “velhos saudosistas” como eu, um mundo em que a garotada pode ter mudado completamente o seu conceito de ídolo.
Deadpool é um personagem da Marvel Comics, mas que atualmente tem seus direitos em posse da Fox, que detém os direitos de todos os personagens mutantes do universo Marvel.
Criado pela dupla Rob Liefeld e Fabian Nicieza como uma caricatura do Deathstroke (Personagem da DC Comics) Deadpool fez sua primeira aparição em 1991 na HQ New Mutants #98, sendo que nos últimos anos ganhou bastante espaço nas mídias sociais mediante seu comportamento destoante não só dos heróis, mas também de seus próprios colegas anti-heróis como Wolverine e Justiceiro.
Em 2009 Deadpool fez sua primeira aparição nas telonas no longa X-Men Origens: Wolverine da Fox. Tendo sido muito mal aproveitado, criou-se um estigma em cima do personagem que ficou anos sendo ridicularizado internet adentro. No entanto Ryan Reynolds não deixou barato e continuou sua luta para emplacar um filme do anti-herói tagarela, depois de muitos conflitos, tropeços e acertos finalmente podemos conferir o resultado final dessa produção.
Com Ryan Reynaldsprotagonizando e produzindo, Deadpool é de longe um dos melhores filmes de HQ da Fox, que pessoalmente eu diria superar até mesmo X-Men : Dias de um Futuro Esquecido e First Class.
O grande diferencial do longa é justamente o mesmo fator que tanto assustou estúdios por tanto tempo, levar para as telonas um personagem que não pode ser levado a sério. Nisso podemos dizer que Piscina Morta acertou em cheio, pois ele abraça a galhofa deixando de lado qualquer pretensão que eventualmente pudesse parecer que teria.
Os personagens não precisam ser desenvolvidos ou aprofundados, o próprio Wade Wilsonfaz isso no inicio do filme onde narra de maneira cômica os elementos que tornam aquilo um grande filme de “super-heróis”, que ele mesmo faz questão de deixar claro que se trata de “outro tipo de Super-herói”.
Quebras da quarta parede são constantes, assim como piadas internas  e referencias, sobrando até para personagens fora do universo cinematográfico da Fox, não é mesmo Lanterna Verde?
A direção de Tim Miller constrói uma  linha condutora simples e direta, sendo que o próprio Deadpooldeixa tudo bem simples e claro já desde o começo. A Fox surpreendeu não apenas em usar bem personagens que não são de conhecimento do grande público (Ah, vai dizer que já era fã do Deadpool desde criança?) como fazer piadas com suas próprias limitações orçamentarias, aliás, algo que curiosamente repercutiu de maneira positiva em boa parte do filme, pois foi a primeira vez que finalmente tivemos um Colossus digno do seu nome.
Outro ponto positivo em Deadpool foi a classificação indicativa, tendo fciado com um Rated-R, o filme é destinado para maiores de 17 anos o que deixa tudo mais fluido e orgânico, pois nunca conseguimos cansar da violência gráfica gratuita no decorrer de toda a trama, algo que já incomodava a bastante tempo nos filmes da Fox, onde temos um Wolverine que nunca suja as laminas de sangue.
Com um orçamento de US$ 50 milhões o filme até agora já arrecadou cerca de US$ 325 milhões (Mais de R$ 900 milhões) batendo vários recordes já estabelecidos pelo cinema dos Blockbusters, sem dúvida, nada que não seja merecido.